Diocese de Tubarão

 

A Diocese de Tubarão

A Diocese de Tubarão foi criada em 28 de dezembro de 1954, pelo Papa Pio XII, com a Bula Viget ubique Gentium e oficialmente instalada no dia 15 de agosto de 1955, na posse de seu primeiro bispo Dom Anselmo Pietrulla, OFM. O território foi totalmente desmembrado da arquidiocese de Florianópolis. Até 1998, a diocese compreendia também o atual território da diocese de Criciúma.

Geograficamente a diocese está situada no litoral sul de Santa Catarina e faz parte do bioma da Mata Atlântica, com uma natureza rica em aspectos de serra, montanhas, mar, lagoas, rios, planícies e mangues... Num raio de menos de 100 KM tem-se clima de Serra, acima de 1.400 mts, águas termais e lindas praias. No território há também um “complexo lagunar” que proporciona características sui generis à região e a seu povo, oferecendo um modo de vida próprio às pessoas. Tal graça requer uma consciência atenta quanto à preservação do meio ambiente, possibilitando-se também, às gerações futuras as condições de vida em harmonia com toda a natureza.

A população recenseada pelo IBGE, em 2010, foi de 356.621 habitantes para uma área de 4.520,587 km² composta por 19 municípios. Hoje (2020), a população está estimada em 394.786 habitantes. A diocese tem, no momento, 29 paróquias e 404 Comunidades. Desafios nesta área não faltam e interpelam a missão evangelizadora da Igreja.

Ata de instalção canônica da Diocese

Aos quinze dias de agosto de 1955, na cidade de Tubarão, durante a missa pontifical, celebrada na catedral da mesma cidade, em presença do Exmo. e Revmo. Senhor Bispo Dom Anselmo Pietrulla O.F.M., e ainda em presença do Exmo. e Revmo. Senhor Arcebispo Metropolitano Dom Joaquim Domingues de Oliveira, representado pelo Revmo. Mons. Frederico Hobold, ainda em presença do Exmo. Senhor Governador o Estado de santa Catarina, Sr. Irineu Bornhausen, em presença do Senhor Prefeito de Tubarão, Dr. Arnaldo Bittencourt, em presença dos Revmos. Senhores representantes dos Exmos. Senhores Bispos de Lages, Joinville e Palmas, ainda em presença de demais autoridades feferais, estaduais e municipais, do clero e do povo, foi lida a Bula da Criação da Diocese de Tubarão “Viget ubique gentium” pela qual o Santo Padre Pio XII, gloriosamente reinante, houve por bem desmembrar da arquidiocese de Florianópolis o território ora erigido em própria diocese; sendo ainda no mesmo dia, na mesma ocasião e em presença das mesmas autoridades lido em latim e em vernáculo, assim como a Bula acima mencionada, o Decreto da Nunciatura apostólica do Rio de Janeiro que dá execução da Constituição Apostólica “Viget ubique gentium”, pelo que oficial e canonicamente fica, pleno iure, instituída a Diocese de Tubarão. E, para constar, eu Padre Honorato Piazera S.C.J., secretário ad hoc, lacrei esta, aos 15 de agosto de 1955, que vai assinada pelos presentes.

Dom Anselmo Pietrulla
Mons. Frederico Hobold (representante do Sr. Arcebispo Metropolitadno)
Irinei Bornhausen (Governador do Estado)
Arnaldo Bittencourt
E outras

 

O Brasão

O Brasão da Diocese contém um escudo pleno em blau (azul). Sobreposta uma coroa de jalde (ouro) forrada de goles (vermelho) e a letras N, S e P de jalde (ouro). Pousados sob o escudo uma cruz hastil à destra e um báculo pastoral à sinistra, ambos de jalde (ouro) e postos em aspa. Timbra o conjunto uma mitra episcopal de jalde (ouro). Como divisa em um listel de jalde (ouro) forrado de goles (vermelho) a inscrição Diocese de Tubarão de sable (preto). O campo azul, cor varonil símbolo da justiça e da paz, representa Nossa Senhora e a cidade de Tubarão, sede da Diocese e conhecida como Cidade Azul. As letras NSP douradas aludem às iniciais da padroeira da Diocese e da cidade de Tubarão, Nossa senhora da Piedade. A Coroa Dourada é uma homenagem à Nossa Senhora, Mãe de Deus e da Igreja, Rainha do Céu e Guia da Nova Evangelização.

Localização

O território da Diocese de Tubarão, com uma área de 4.520,586 km², situa-se no litoral sul do estado de Santa Catarina. Limita-se ao norte com a Arquidiocese de Florianópolis, ao sul com a Diocese de Criciúma, ao leste com o Oceano Atlântico e ao oeste com a Diocese de Lages. Há lindas praias, estações de águas termais, muitos rios e um belo complexo lagunar. Percorrendo 100 Km, vai-se do mar à Serra Geral, a mais de 1.400 metros de altitude. O clima é subtropical. O território é bastante acidentado. Na área rural, predominam as pequenas propriedades, com menos de 100 hectares.

Um pouco da história nos seus primórdios

No atual território de nossa diocese de Tubarão habitavam povos indígenas, em especial os carijós. A presença de caingangues e xoclengues, neste período em nosso território é muito incerta. Com os carijós se iniciou, na região da Laguna, em 1538, a primeira missão na tentativa de catequizá-los, sob a presença missionária de Frei Bernardo de Armenta e seu confrade Alonso Lebrón, isto antes que os europeus imigrantes chegassem. Os motivos levados a El Rey de Portugal para justificar a conquista da terra eram os de “implantar a fé católica”. Portanto, “com o colonizador sempre vinha o sacerdote”. Os índios tinham cultura própria e já viviam, por muitos anos, em plena harmonia com a natureza. A memória deles se mantém ainda presente em muitos nomes, como Imaruí, Itapirubá, Mirim, Jaguaruna, Imbituba, em sambaquis, expressões culturais e, inclusive, ferramentas, que são encontradas, com certa facilidade, em algumas regiões. Os índios, também chamados de “bugres”, os que sobreviveram às caçadas, foram praticamente dizimados no território atual da diocese de Tubarão, no final do século XIX e primeira metade do século XX.

Hoje, os poucos descendentes de tupis-guaranis que vivem no interior do município de Imaruí, são migrantes e aí foram nucleados.

Os portugueses, com sua política colonizadora, trouxeram africanos como escravos e ocuparam mais a orla marítima, isto no século XVII. No século XVIII chegam os lusos açorianos que foram estabelecidos nas proximidades do mar e das lagoas. Desenvolveram aí, uma cultura própria, incorporando elementos da cultura dos povos indígenas e eram muito dados à pesca.

Quanto aos negros, estes também trouxeram uma contribuição muitíssimo grande na formação do povo de nossa diocese, tanto cultural, social como religiosamente, não sem antes terem suportado a humilhação da escravidão com muita resignação e silêncio. Com a abolição da escravatura, em 13 de maio de 1888, foram simplesmente postos em liberdade, mas sem direito á terra, moradia e trabalho. Muitos perambulavam, de cá para lá, mais na orla marítima e em especial na região de Tubarão, à procura da sobrevivência. Uns tantos foram acolhidos como mão de obra barata, em casa de colonos, em troca de comida, moradia e vestuário. Como raça, etnia e cor os negros foram mesmo discriminados. Houve na região até Clubes somente para “brancos” onde negros não podiam entrar.

Com o passar do tempo se deu o entrechoque e a miscigenação entre os indígenas carijós, os portugueses, os afro-descendentes e os luso-açorianos. Mesmo assim, apesar de tamanhas dificuldades sócio-culturais da época, se desenvolveu, com atos de fé verdadeira de muitos fiéis leigos e sacerdotes, um modo próprio de evangelização e surgiram, pouco a pouco, as primeiras paróquias da região, a saber: da Laguna, em 1697 (tem-se notícia de que em 1710 já “paroquiava” Laguna o Pe. Francisco da Encarnação); da Vila Nova (Imbituba), em 1753, com seu primeiro vigário nomeado pelo Rei, Pe. João de Borba Fagundes; de Imaruí, em 1833, destacando-se como pastores nos seus primeiros tempos o Pe. Antônio Nunes Barreto e o Pe. César Rossi; de Tubarão (hoje Catedral), em 1836, tendo-se como certo que o primeiro vigário tenha sido o Pe. Jacinto de São Joaquim; do Mirim (Imbituba), em 1856, que tem registrado em sua história como primeiro vigário o Pe. Joaquim José dos Santos e da Pescaria Brava (Laguna), em 1857, recebendo como seu primeiro vigário o Pe. João Mattos da Cunha.

Por volta de 1860 chegaram os alemães da região da westfália para a grande Florianópolis, mais precisamente para a “Fazenda Teresópolis”, hoje parte dos municípios de Águas Mornas, São Bonifácio e Santo Amaro da Imperatriz. Destes, uns tantos logo prosperaram porque receberam terras melhores pelo fato de terem vindo com famílias mais numerosas em filhos. Mais tarde alguns migram para a região de São Bonifácio e descem depois pelo Rio Capivari, chegando à região hoje de São Martinho, Armazém, Rio Fortuna e também Braço do Norte. Os casais com poucos filhos foram destinados à região montanhosa. Estes, após 10 anos de sua chegada, ainda continuavam na miséria. Vendo esta situação Pe. Guilherme Roer, que os assistia em seu pastoreio, intermediou junto às autoridades locais e a Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, para que fosse loteada parte das terras dotadas ao Conde D’eu, hoje região do vale do Braço do Norte. Em 1873, autorizada a colonização, 52 (cinqüenta e duas) famílias alemãs, em verdadeiro êxodo histórico, de posse dos poucos pertences trazidos ainda da Alemanha, descendo pelo vale do Rio Braço do Norte, - que alguns já conheciam devido a incursões anteriores, - chegam e são estabelecidos na região hoje de São Ludgero. Ali floresceu uma forte colonização alemã e também se deu a irradiação de uma Igreja viva, na sua grande maioria constituída de descendentes westfalianos. Essas famílias alemãs, já em 1º de junho de 1877, escrevem para o Bispo de Münster (Alemanha) solicitando o envio de “um bom padre” e lhe prometem obediência e sustento. Em 1889 estabelece residência em São Ludgero o Pe. Franz Topp com abrangência de atendimento a toda a região habitada com descendentes de alemães. Inicia-se um novo estilo de presença religiosa e evangelização junto a essas comunidades.

Sobre esta região o Pe. Franz Topp escrevia um pouco mais tarde, em 17 de setembro de 1890, ao seu bispo, em Münster, na Alemanha: “Como já são 09 meses aqui e já fiz muitas viagens, posso escrever muita coisa sobre aquilo que o senhor deseja saber (...). Braço do Norte começou a ser habitada há 15 anos. As colônias mais ao sul, habitadas, principalmente, por italianos, são Urussanga e Grão Pará, que surgiram há apenas 05 ou 06 anos. Antes disso toda essa região, entre a serra e o litoral, era floresta e lugar de habitação dos índios chamados bugres (...). O Brasil é uma terra fecunda e se desenvolverá com o tempo. Todavia, o progresso é muito lento e não pode ser comparado com o desenvolvimento dos Estados Unidos. A razão está no fato de faltar todo o tipo de indústria. Fábricas, segundo o conceito alemão, praticamente inexistem no Brasil, pelo menos não vi nenhuma. Ferro e todos os produtos de ferro, louças, ferramentas, roupas, mesmo utensílios domésticos e móveis, tudo é importado da Europa” (Pe. Franz Topp, 1890).

Em 1877 chegavam a Azambuja, hoje município de Pedras Grandes, os primeiros imigrantes provenientes da Itália. Estes entram pelo porto da Laguna e sobem, via Rio Tubarão, até Pedras Grandes e o distrito hoje de Pindotiba. Daqui adentram pelas matas e pouco a pouco surgem núcleos de italianos em Azambuja, Urussanga, Nova Beluno (hoje Siderópolis), Nova Veneza, Criciúma, Orleans e arredores. Para atendê-los também chegam padres da Itália. E segue uma história de mais de cem anos.

Hoje o povo é formado por várias etnias. Na sua raiz, destacamos os indígenas, os portugueses, os afro-descendentes, os luso-açorianos, alemães e italianos e outros imigrantes em menor proporção. Disto adveio uma rica miscigenação e nos tornamos, pouco a pouco, brasileiros!

 

Alguns traços históricos da evangelização neste território

A evangelização, nesta região que hoje compreende a Diocese de Tubarão, tinha, nos seus primórdios, dois modelos/estilos bem distintos. Um primeiro, que se desenvolveu ao redor do “complexo lagunar”, é o modelo da cristandade, de inspiração luso/açoriana, organizada em Irmandades, centrada na devoção aos santos, onde os sacramentos eram buscados conforme a possibilidade do atendimento dos poucos sacerdotes da época, por ocasião dos momentos mais marcantes da vida como a festa do padroeiro, nos batizados, casamentos, enterros, etc. Uma religiosidade laica que tem nos sacramentos um acréscimo e não uma referência para expressar a sua fé.

Outro modo de evangelização, acompanhando os imigrantes alemães e italianos se desenvolve a partir, principalmente, de 1890, de inspiração no Concílio de Trento (1545-63), onde a centralidade está no ministério ordenado. Com os alemães, têm-se, por primeiro, as figuras do Pe. Franz Topp e do Pe. Franz Auling, em 1891, em São Ludgero e com os italianos, em 1901, o Pe. Vitório Pozzo, em Rio Pinheiros, que organizam as comunidades segundo a prática religiosa semanal, de modo especial a observância do domingo, como “desobriga”. As comunidades se reúnem em todos os domingos, mesmo sem a presença de padre. Na falta destes, são postos e instituídos à frente das comunidades os “Capelães”, sempre leigos e homens. Eles são a referência para a vida religiosa na comunidade na ausência do padre. O padre se fazia presente algumas poucas vezes ao ano, quando lá. Devido a essas raízes plantadas em momentos distintos de nossa história, ainda hoje, em tempos de globalização e pós-modernidade, percebemos certas diferenças nas comunidades ditas de origem luso/afro/açorianas e outras de descendência e cultura alemã e italiana.

 

A situação religiosa a partir da criação da Diocese

Na história da evangelização em nossa diocese, destacamos três momentos que mais se sobressaem. Um primeiro ocorre com a sua criação e instalação, em 1954/55 e se estende até o Concílio Vaticano II (1962-65). Neste período se deu a construção do Seminário Menor Nossa Senhora de Fátima, tão decisiva para a formação inicial de seus novos padres, a criação de várias paróquias e a aquisição da Rádio Tubá, como instrumento e meio de evangelização na diocese.

O segundo momento se deu com a constituição da Coordenação Diocesana de Pastoral, isto a partir do Concílio Vaticano II, quando se buscou uma organização pastoral para a implantação de suas decisões. Dom Anselmo Pietrulla – OFM implementou as propostas conciliares e nomeou uma equipe de coordenação para concretizá-las. A Coordenação de Pastoral deu um novo impulso à diocese conferindo-lhe uma expressiva característica pastoral com Roteiros de Catequese, a criação dos Círculos Bíblicos, depois chamados de Grupos de Reflexão e hoje Grupos de Famílias e a organização das Pastorais e dos respectivos setores. Neste mesmo período, nos anos ‘80, aconteceu o Sínodo Pastoral em nossa diocese, sob o governo de Dom Osório Bebber – OFMCap. Seus frutos, linguagem e algumas estruturas chegam até nossos dias.

Um terceiro momento foi o da criação e desmembramento da Diocese de Criciúma, no governo de Dom Hilário Moser – SDB, em 1998. Por esta razão a diocese de Tubarão teve diminuídos em até 60% os seus quadros humanos e lideranças, paróquias, população, território e recursos materiais, mas foram mantidas, até certo ponto, as suas (grandes) estruturas administrativo-pastorais. Torná-la (a Diocese de Tubarão) uma Igreja com estruturas de evangelização mais leve, a altura dos tempos atuais, continua ainda sendo, em parte, um grande desafio pastoral.

O momento eclesial atual converge a evangelização ao redor de dois eixos, ou centros maiores de gravitação e interesse: de um lado, um Projeto de Plano de Pastoral Diocesano, com uma Pastoral de Conjunto mais bem articulada e orgânica, a partir das Pastorais e de seus Setores e a articulações em Conselhos de Pastoral das Comunidades, das Paróquias, das Comarcas e da Diocese. De outro lado tem-se a presença de Movimentos, como: MFC (Movimento Familiar Cristão), Cursilho de Cristandade, Movimento de Irmãos, Renovação Carismática Católica, Capelinhas da Mãe Peregrina, Movimento Serra, entre outros. Têm inspiração supra-diocesana, com organização, agenda e estrutura próprias. Sentem, por isso mesmo, alguma dificuldade de se comprometerem com um Plano Diocesano de Pastoral, mais de conjunto e orgânico e, por outro lado, manterem o seu carisma, compromissos e orientações próprias do Movimento.

 

A realidade diocesana hoje

Situação Econômica, Social, Cultural e Ecológica

A economia é movida pelo comércio, pelos serviços e por indústrias de pequeno e médio portes nos segmentos alimentício, metalúrgico, mineral, plástico, cerâmico e têxtil. Outro setor significativo é a agricultura familiar com o cultivo de milho, feijão, arroz, mandioca, fumo, frutas e hortaliças. É forte a pecuária, sobressaindo-se, na bovinocultura, o setor leiteiro, base para as muitas indústrias de derivados do leite e, na suinocultura, além das matrizes reprodutoras, destaca-se também o abate para a venda de carne in natura e para a indústria de embutidos. Significativos, também, são a avicultura, a produção de peixes de água doce e o pescado marítimo praticado na região lagunar e no Oceano.

Dados do IBGE (Síntese de Indicadores Sociais) indicavam que em torno de 8% da população de Santa Catarina estava abaixo da linha de pobreza, no final de 2019. Pobreza originada no desemprego (em torno de 6%) e no subemprego (em torno de 35,5% dos trabalhadores tinham rendimento de até 1 salário mínimo). Para os missionários das Santas Missões Populares (SMP) (Santas Missões Populares, um Projeto Diocesano Missionário, realizado em 2018 e 2019, com envolvimento de aproximadamente quatro mil missionários e missionárias leigos, na visita às famílias, celebrações, formação e diferentes outras atividades. Os dados que aparecerão neste texto com referência às SMP sempre serão sobre 66% e não sobre os 90% das famílias visitadas) 5,7% das famílias foram entendidas como muito pobres e 14,3%, como pobres. Quase todas as cidades têm seus bolsões de pobreza.

O impacto sócio econômico tem se agravado ainda mais com a pandemia do novo coronavírus (O novo coronavírus, ou Sars-CoV-2, identificado como agente etiológico da doença covid-19, começou em Wuhan, na China, no final de 2019 e se espalhou rapidamente por todo o mundo. Medidas de isolamento social, quarentena e uso obrigatório de máscaras foram aplicadas na tentativa de limitar a disseminação do vírus. Mesmo assim, contaminou milhões de pessoas, lotou os hospitais de doentes e causou muitas mortes) que, em 2020 e 2021, provocou grandes perdas econômicas e desemprego e que, principalmente, causou muitas mortes pela Covid 19.

A escolaridade é boa, tanto na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Médio, quanto no Superior. A região conta com a presença de Universidades com sedes dentro e fora do território diocesano. Elas oferecem muitos Cursos Superiores.

Na última década, houve uma melhoria significativa nos serviços de saúde, devido às políticas governamentais, com os programas mais médicos, saúde da família, difusão da saúde preventiva, com o funcionamento do Sistema Único de Saúde e dos planos de saúde privados, das campanhas de vacinação etc. Mas, ultimamente, o Sistema de Saúde não vem recebendo os investimentos necessários. Ele mostrou não estar preparado para enfrentar uma demanda maior de doentes como a que tem sido provocada pela pandemia da Covid 19. Ainda, apesar dos hospitais e clínicas médicas presentes na maioria dos 19 municípios, os problemas graves de saúde, a depressão, a dependência química e o alcoolismo muito afligem as famílias, conforme apareceu, espontaneamente, e com muita frequência, na conversa das famílias com os missionários das Santas Missões Populares.

A degradação ambiental é uma grande ferida aberta. A Região Hidrográfica nº 9 (RH9), que compreende todos os municípios da Região de Laguna (AMUREL), mais Orleans, Lauro Müller, Anitápolis e São Bonifácio, é uma das mais degradadas de Santa Catarina, em decorrência dos impactos causados pela exploração do carvão mineral em décadas passadas, pelos agrotóxicos, dejetos da suinocultura e efluentes industriais; também pela ausência de sistemas de esgotos sanitários na maioria das cidades (somente São Ludgero e Orleans em nível satisfatório); pelo desmatamento, exploração incorreta do solo e subsolo, pesca predatória, dentre outros fatores.

Depois de destruída 90% da cobertura verde original de mata atlântica, hoje grandes áreas tornaram-se desertos verdes, ou seja, estão cobertas com eucalipto e pinus, vegetação exótica que danifica o meio ambiente.

Ainda, no contexto dos impactos ambientais, a região continua sob o risco iminente da abertura de novas minas de carvão, na encosta da Serra Geral, e da mineração de fosfato, no município de Anitápolis. Além do que, nossa região, como todo o sul do Brasil, está sujeita aos eventos climáticos extremos cada vez mais comuns, provocados pelo aquecimento global.

Uma das consequências da grande degradação da região está sendo já uma sensível diminuição da produtividade pesqueira, especialmente no conjunto das lagoas Imaruí, Mirim e Santo Antônio, das quais dependem mais de 10.000 famílias.

“Degradação ambiental, problemas de saúde, pobreza, desemprego etc. não são realidades fragmentadas ou problemas pontuais, porque ‘tudo está interligado’. Não há duas crises separadas: uma ambiental e outra social... a solução dos problemas requer uma abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e cuidar da natureza”(cf. Encíclica Laudato Si, nn. 138, 139). Todo desenvolvimento deve incluir o ser humano, e dentre todos, o mais frágil; deve dignificar o trabalho, promover a saúde e o bem estar de todos, dedicar cuidado adequado para com a criação.

Situação a destacar também, é a dos imigrantes, principalmente venezuelanos, haitianos e africanos, que têm chegado em grande número, nos últimos anos. Muitos deles explorados e com dificuldade de alcançar vida digna, uma vez que a formação recebida em seus países, aqui não é considerada, e a assistência do poder público é deficitária, além de encontrarem dificuldade com a língua portuguesa.

Também o turismo vem crescendo cada vez mais nos tempos atuais e pode ser considerado, sem dúvida, como um novo areópago de evangelização. No âmbito específico do Turismo Religioso, o desafio é levar o povo de Deus, que se coloca em condição de peregrino, a assumir a vida da Igreja, à luz da mensagem de cada santuário que visita..

População

Somos uma diocese, com área de 4.520,586 Km², formada por 19 municípios que, segundo o IBGE, em 2010 somavam 354.720 habitantes como uma densidade média de 77,7 habitantes por Km², e tem uma projeção (2020) de 394.786 habitantes.

A situação religiosa

Anterior à pandemia do novo coronavírus, muitas de nossas igrejas costumavam ficar cheias nas missas e uma parcela significativa dos católicos era comprometida com a vida comunitária, e um expressivo número de lideranças leigas atuantes dinamizavam a vida das comunidades eclesiais.

Mesmo assim, segundo os missionários e missionárias das SMP, a boa participação equivalia a apenas 33% das famílias. E é de fácil observação que a porcentagem de católicos em nossa região vem decrescendo, a exemplo do que ocorre em todo o país e no estado catarinense, onde, em 2010, em torno de 73,1% se declaravam católicos. (https://sidra.ibge.gov.br/tabela/137). Segundo entendimento dos missionários das SMP, na Diocese de Tubarão, 71,56% são católicas. O número de crianças batizadas na Diocese pode ser um indicativo da redução significativa dos católicos: 3.784 crianças batizadas em 2009, dentre as 4.465 nascidas (84,7%) e 3.285 crianças batizadas em 2018, dentre as 5.296 nascidas (62%) (http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvsc.def).

Não obstante isso, é certo que, no momento presente, os católicos não suficientemente evangelizados somam a maior parte. Para os missionários das SMP, 47,5% das famílias demonstraram ter pouco conhecimento religioso. São muitos os que vivem a religião a seu modo, ou até que vivem sua fé sem religião ou sem compromisso com o Evangelho; com seus devocionismos e crenças, mas sem vínculo comunitário e, portanto, sem contato com a Palavra e sem vida sacramental. A redução do número de casamentos canônicos celebrados nos últimos dez anos pode ilustrar esta realidade: 835 em 2009, e apenas 414 em 2019.

Há de se reconhecer, porém, que a Diocese de Tubarão conta com uma boa estrutura pastoral e com uma força muito grande em seus agentes leigos e leigas, religiosos e religiosas, padres e diáconos e o bispo diocesano. Sua história registra uma caminhada de muito dinamismo.

Nossa Diocese soma também muitas comunidades. Nas 29 paróquias, há 404 Comunidades Eclesiais Locais e 1.727 Grupos de Famílias (dados anteriores à pandemia do novo coronavírus). E há ainda centenas de outros grupos das diferentes expressões pastorais. Também existem os grupos por afinidade. Há, porém, espaço para muitas outras pequenas comunidades, principalmente nos centros das cidades, com seus edifícios e condomínios, e nos grandes bairros e novos loteamentos. Formar novas comunidades eclesiais missionárias nestes espaços é um dos desafios colocados à Igreja. Outro, é ajudar cada comunidade e grupo a assumir as marcas de uma verdadeira comunidade eclesial missionária. Na coordenação e animação das paróquias e de outras instituições e serviços, a Diocese conta com milhares de lideranças leigas, 53 presbíteros diocesanos e 04 religiosos, 10 diáconos permanentes e uma centena de religiosas e membros de Institutos Seculares e Novas Comunidades.

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